Impactos das Tarifas Comerciais em 2025: O Que o Mercado Já Está Precificando e Quais Ativos se DestacamupamUBS alerta que queda do S&P 500 pode se aprofundar em meio a preocupações com tarifas do Governo Americano

Focobrasilnews 29/03/2025

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focobrasilnews.com.br — O UBS observou que tanto os mercados de títulos quanto os de ações estão se ajustando à crescente probabilidade de aumentos tarifários e seu potencial impacto econômico.

Desde o início de 2025, as discussões sobre a imposição de tarifas comerciais entre grandes economias reacenderam o alerta entre investidores, analistas e empresários. E os sinais de que o mercado já está absorvendo parte desses possíveis impactos são claros — especialmente ao analisarmos o comportamento de indicadores financeiros e de setores estratégicos.

O que os rendimentos e expectativas de inflação estão nos mostrando?

Nos Estados Unidos, os rendimentos reais dos títulos do Tesouro com vencimento em 10 anos apresentaram queda expressiva, variando entre 30 e 50 pontos-base desde janeiro. Ao mesmo tempo, as expectativas de inflação para o horizonte de dois anos subiram cerca de 70 pontos-base.

Esse movimento combinado revela que os investidores já estão incorporando, de forma antecipada, parte das possíveis consequências econômicas das tarifas. Em outras palavras, o mercado já está se ajustando a uma nova realidade de custos mais elevados e crescimento mais lento.

Ações de setores sensíveis sofrem mais nos EUA do que na Europa

Setores mais expostos às tarifas comerciais estão sendo diretamente afetados. Nos Estados Unidos, ações de empresas desses setores registraram desempenho 17% inferior ao mercado como um todo. Entre os segmentos mais impactados, destacam-se Bens de Consumo Duráveis, Indústria Automotiva e o Varejo — todos com revisões negativas nas projeções de crescimento de vendas e lucros.

Na Europa, o impacto tem sido um pouco mais contido. A queda em ações semelhantes foi de cerca de 9%, e até o momento, não há uma tendência clara de rebaixamento nas estimativas dos analistas para esses setores. Isso pode indicar uma postura mais cautelosa, ou mesmo um atraso na percepção do impacto real das tarifas na economia do continente.

UBS projeta cenário de estagflação e favorecimento de ativos tangíveis

De acordo com análises do UBS, os preços atuais dos ativos nos EUA já refletem boa parte das consequências previstas das tarifas comerciais. Com isso, o banco projeta um cenário de pressões estagflacionárias — onde a economia enfrenta simultaneamente inflação e baixo crescimento.

Esse cenário pode resultar em uma leve desvalorização do índice S&P 500, estimada em torno de 3%. No entanto, ativos tangíveis como ações de mineradoras de ouro e empresas do setor de energia tendem a apresentar desempenho superior em relação a setores mais vulneráveis, como o financeiro.

Europa ainda pode sofrer ajustes mais severos

No caso europeu, o UBS destaca que os mercados ainda não precificaram completamente os potenciais impactos das tarifas. A intensidade dessas consequências dependerá da sensibilidade ao preço dos produtos e serviços oferecidos pelos setores afetados. Empresas com menor concorrência ou que atendem consumidores de alta renda podem sofrer menos.

No entanto, se as expectativas de lucros começarem a ser revisadas negativamente, como ocorreu nos EUA, ações de setores sensíveis podem cair até 10% adicionais. Esse possível ajuste reforça a importância de um monitoramento constante das tendências macroeconômicas e da postura política das potências comerciais globais.

o momento exige cautela e diversificação

Para investidores, gestores e analistas, o atual cenário demanda uma postura estratégica. A diversificação de ativos, a atenção redobrada a setores vulneráveis e a preferência por investimentos mais resilientes — como commodities e ativos tangíveis — podem ser diferenciais importantes nos próximos meses.

A leitura dos indicadores de mercado sugere que estamos diante de uma fase de transição e reajuste. A forma como governos e empresas reagirão às tarifas pode definir os rumos da economia global em 2025.

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Jornalista , apaixonado pela not

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